LICENÇA PARA UM DESABAFO!


Ratazanas serelepes flainam por sobre os milhares de canos sujos e fétidos e nojentos e lamacentos e entupidos da metrópole adstringente de relâmpagos plastificados e ambientais. Ambiente de plástico. As ratazanas não ligam. Continuam sobrevoando as casas encanadas e os prédios encanados, passam pelas ruas e avenidas encanadas e por entre os encanados transeuntes, pousam tais quais libélulas com uma das asas quebrada.
A grande poça é quase movediça e se move contra si mesma num ritmo frenético e sufocante e delirante e amaciante.
Os canos entupidos, que levam água marrom e flocos de chocolate com creme de açaí e cassis da garrafa, se desfazem.
O estômago não agüenta. Como perceber a velocidade terrível da queda?, já dizia o vocalista da banda do trilhas e tons.
Os canos são frágeis e sensíveis e demandam cuidado e delicadeza.
E as ratazanas não sentem o cheiro das coisas, das almofadas, das camisas, dos queijos, dos vinagres, etc.; o nada lhes deixa perplexas. A onde? E que razão para o Mickey Mouse a ação se inexiste caos movedor interno do esqueleto emocional?

Um comentário:

  1. Querido seu Molina,

    Seu texto, acredito, pode ser interpretado de diversas formas.
    Quanto à questão final que o senhor levanta, me vem à mente a frase: " O que me preocupa é o silêncio dos bons". Se esses se fizessem ouvir, quem sabe, as coisas pudessem ser diferentes.
    O que acha?
    Beijo no seu lindo nariz vermelho.

    Mais uma vez, Marcia.

    ResponderExcluir