AS ARANHAS DE SP


Adentrando a uma cápsula superlativa que reside lateralmente à grade de proteção da área de serpentes venenosas, no Instituto do Butantan, se percebe, encolhida e tímida, uma pata fina, machucada, de uma pequena aranha marrom, já velha e cansada da vida no confinamento.
A reunião em volta de Schertich se avoluma mais a cada centímetro que o sol cai no horizonte por trás dos prédios da cidade de São Paulo.
Schertich é a aranha marrom da qual falamos. A anciã é conhecida por sua sabedoria, palavra certa no momento exato.
Para a reunião foi convocada toda a comunidade aracnídea do Instituto, a saber que as tarântulas, por seu tamanho, ficaram responsáveis pela organização estratégica das outras aranhãs durante a reunião.
O motivo da reunião: soluções mirabolantes – concernentes à própria infra-estrutura claustrofóbica vigente – para a sua libertação.
A explanação da pauta terá seu lugar assim que a primeira estrela não aparecer no céu de São Paulo.
As aranhas chegam para a assembléia enquanto Schertich descansa para a longa jornada noite adentro.
A questão da moradia, para ela, já era assunto que lhe perseguia desde a sua mocidade, quando o prazer de construir uma teia junto a alguns galhos secos lhe foi tirado, por ocasião de sua condução arbitrária para o Instituto, onde foi vítima das experiências mais atrozes pelas quais já passou. E a fúria que sentia era sumariamente reprimida pelas luvas de couro cujas mãos que as vestiam queria picar.
De repente, ao se livrar desse repentino pesadelo, percebe que todas as aranhas estão já reunidas, amontoadas à sua frente no pequeno espaço interno da cápsula, se estendendo pelo jardim afora. As mais distantes quase espetam seus traseiros na ponta de arame farpado da grade protetora que circunda a cápsula em todo o seu diâmetro. Schertich faz um gesto para todas sentarem, pedido que é atendido prontamente.
Atenção: as exatas palavras que se disseram na reunião não se pôde compreender, pois são as palavras aracnídeas incompreensíveis ao ouvido humano, como o são tantas outras coisas. Acredita-se, ainda, que o inverso seja verdadeiro. As aranhas nada depreendem da enorme capacidade humana de articulação intelectual.
O que se viu após é digno de uma imagem quase expressionista, em preto e branco, acerca do tema ‘arquitetura das massas’...
Todas as aranhas se levantam juntas e, ao molde do mecanismo de um relógio bastante preciso, se encaminham para fora da grade de proteção. Juntas, ainda, passam pelas cápsulas anexas onde se encontram confinados os escorpiões, que se unem à causa aracnídea.
As serpentes, venenosas ou não, antecipadamente prevenidas do intento de suas vizinhas, às quais aderiram de pronto, fazem as vezes de balizas para o caminho para fora do Instituto.
Chegando num ponto do qual não se pode mais voltar, ou se avança na conquista ou se morre na praia. A indecisão, a falta de perspectivas mina qualquer possibilidade de triunfo.
As aranhas, os escorpiões, as serpentes identificam esse presente instante como um momento para reflexão e colocação das idéias no lugar. A pergunta é: qual o próximo passo? Não se sabe pelo que as aranhas decidiram, seja por causa do vocabulário incompreensível ao ser humano, seja por que não se viu nenhuma ação por parte das mesmas. Talvez, o momento de reflexão e meditação seja, até mesmo para as aranhas, muito importante e precioso.

1 POEMA CONCRETO


VINTE E QUATRO DE ABRIL, SEIS E QUINZE DA TARDE

A batucada.

A cadência.
A vibração.




come on

hoje tem noite cubana.
GRANDE.

CIRCUNFLEXIVES CONNECTED ON THE TABLE

vênia pelo jargão equivocadamente empregado...perdi o fio da meada...outro...meu deus do céu! e agora josé? ser ou não ser?

Agora já era.

Pára.

UMA NOTÍCIA BOMBÁSTICA NO MUNDO DA MODA!

OS TUFOS LATINOS DWEK LARGAM, DEPOIS DE ANOS DE FUNDAÇÃO, PROCRIAÇÃO E VACINAÇÃO, ALIMENTAÇÃO, A DIREÇÃO DA TRITON.
QUEM PODERIA IMAGINAR?
AS CAPAS VESPASIANAS DA CALÇA QUE SE USA PARA IR A FÓRUM ACABAM DE PERDER A ADERÊNCIA. A Liliam paty falou que o choque foi geral. Adorei!

O RISO DE EDUARDO GALEANO - uma crítica


A espontaneidade crítica e de pureza infantil da magnânime elucubração concreta na escrita de Eduardo Galeano é, simplesmente, o conseqüente abismo perfurador das sublimes imagens levadas a dimensão desconhecida.
A rapsódia instantânea e rarefeita da falha comunicativa no riso das mulheres, por exemplo, significa, no limite, o limite total da ausência de luz no fim da caneta bic vermelha, numa metáfora, ao que parece, ingênua,...
O morcego não é o Batman. Absurdo!
Isso pra dizer que a superfície fisio-pneumológica da essência cavernosa do ser se faz fortemente presente nas mulheres do Eduardo.
Ótima leitura!

REFLEXÃO SOBRE A PASSAGEM DO TEMPO!


Um dois três quatro cinco seis: vamos todos juntos para a casa do freguês.
Um dois três quatro cinco seis sete oito nove tchau goodbye aufwiedersen.
A polilinguagem tridimensional do eixo comercial das unidades desenvolvidas permite uma supremacia ribáltica no tocante à percepção reflexa da globalização.
A policomercialização gravitacional da exórdia temperamentalista tributa aos pequenos flamingos latifundiários a culpa exaltatória da subtranquilidade dos quilombolas.
De somenos relevância infra-sonográfica são os apliques epistemológicos, receptáculos obliterantes da farmácia casualística e perturbadora da alma suína, portanto.
Não se veicula, sob qualquer hipótese neuro-ritualística, a fração teologizante da reforma absoluta das quatro paredes da capela sistina, magnífica obra de Miguel Ângelo, uma tartaruga ninja.
O tempo é só ele quem pode dizer. Quantos anos vive uma tartaruga? E uma tartaruga ninja? Nem se diga.
Vale mais um espasmo cosmo-molecular para solidificar a pleuma fisgatória da raiz múltipla quadrada.
Quanto tempo? Temos?Temos quanto tempo?
Uma vez alguém me disse: Não tenho tempo para nada...
Tempo pra nada.
Como reclamar da falta de tempo se tudo quanto temos, temos tido, vimos tendo e todas as temporais variações verbais para denominar a falta de tempo, é tempo!?
E não se trata, de modo algum, de uma alegoria justificadora do discurso hipócrita dos preguiçosos.

FINAL DO PAULISTÃO 2009


A alvinegra bárbara coloração brilhou mais intensa e perpétua no interior aquático de peixes e gambás ribeirinhos...
A finalização performática da fenomenológica redondilha superou a tricolor ingenuidade de saber-se em seu favoritismo falacioso.
Por outro lado, a reflexão que paira sobre a movediça fonte escatológica do futebol dá conta da hiperbólica quintessência reveladora da cartola profunda e lamacenta. Mas não é o caso...
O que se viu foi digno de um zoomórfico terreno em que as espécies harmônicas convivem em seu habitat natural, atreladas à amena seleção de Darwin.
Os porcos e bambis se deram as mãos e saíram pela lateralidade traseira da semifinal paulistana.
Os peixes e os gambás, plenos de sua soberania magnética, fincaram a chave magna no rol da sabedoria popular, a dizer que os alvinegros eram os favoritos do campeonato. E, de fato, disputarão a finalíssima em duas etapas nos próximos sábados ou domingos.
VOTE NA ENQUETE AO LADO E SEJA UM SEGUIDOR.
Tchau.
Seu Molina.

INADIÁVEL, IRREMEDIÁVEL


Há inúmeros fatores que se pode numerar e organizar numa lista de tarefas imediatas, inadiáveis, cuja inadimplência será causa de irritação extrema, unilateral, da matriarca responsável pelo limpo, asseado lar, doce lar.
Uma pequena partícula, por menor que seja, microscópica quissá, é bastante para que o abalo sísmico intransponível seja de dimensão sobrevalente em sua fúria intensa e perfurante.
A perspectiva de deixar o campo de batalha ileso é totalmente nula. O faro felino e esmiuçador da suprema singularidade maternal é certeiro.
Uma pilha de roupa passada por guardar, em cadeira sobressalente junto da parede de vinho que divide o quarto e a sala, por uma semana, é oprimida com vigorosa devoção da dona de casa. Este detalhe na curva filosófica da realidade com a poesia, a depender de experimentos sociopatológicos de reflexão permeável e amigável, passa desapercebido, porém percebido. Tchum. Nada escapa aos olhos de águia, coração de mãe e espírito de anciã.
Alguns pares de tênis e chinelos e papétes e meias e cuecas jogados pela sala são inadmissíveis no quadro crítico de equivalência gemial, relativamente ao esporte às seis da matina com corn flakes e mamão com aveia.
Quem vê o retrospecto distanciado não pode refrescar a cuca em favor deste autor. Muito pelo contrário: se houvesse julgamento, a unanimidade recairia sobre a alva e branda aura representativa da mãe. E com razão!
Mas outro dia, o escândalo só não foi maior porque a vizinhança, que estava à toa na vida vendo a banda passar parou para ver o escândalo sensacionalista. Ao que foi que, percebendo-se fragilizada diante da ejaculação dignitária, baixou o binóculo multifocal, colocou-o na pochete, e pôs-se para dentro de casa.
Sabe qual foi o grandioso motivo causador do escândalo? A razão grotesca e bizarra que deu origem à absessa cólera?
Agora, falando sério. O escândalo, ao meu ver exageradamente desproporcionado, se deu quando avistou-se, numa cama de quarto estudantil, com muitos livros e papéis e cadernos e apostilas e fotografias e LP´s e DVD´s, três toalhas molhadas em cima do travesseiro, cuja fronha tinha mancha de caneta bic e molho shoyu com mostarda e uma pitadinha de maionese, gergelim no pão, com dois hambúrgueres, queijo e molho especial, e por cima uma cueca com a estampa de uma autopista e um caminhão que freia bruscamente, e um monte de panfletos recolhidos pelas ruas espalhados pelo chão e uma bola colorida do playcenter, daquelas bem grandes, atrás da porta.
E o escândalo foi muito grande. Uma bronca e tanto. Para ela, inadiável. Para ele irremediável.

MORRE REINALDO MAIA, O DRAMATURGO DA ORESTÉIA E DE OUTRAS!

APÓS CINQUENTA E SETE PRIMAVERAS AO LADO DE CÁ, CHEGA O DIA EM QUE, IMPULSIONADO POR UM CORAÇÃO QUE DEIXA DE BATER REPENTINO, ULTRAPASSA A BARREIRA, O LIMITE.
MAIA CHEGOU NO CÉU DE CALÇAS CURTAS. PUDERA. NEM TEVE TEMPO DE ENTENDER. SUSTO. DRAMATURGO SERÁ ENTERRADO EM IBITINGA, CIDADE ONDE NASCEU E DE ONDE SAIU PARA FAZER TEATRO EM SÃO PAULO E SER ATOR E AUTOR, UM DOS FUNDADORES DO FOLIAS.
O VELÓRIO ACONTECE NO GALPÃO DO FOLIAS, À RUA ANA CINTRA, SANTA CECÍLIA, DURANTE A MADRUGADA!

PENSO!


Eu penso um pensamento
Que já não penso mais.
Penso muito; penso tudo;
Uma rajada de pensamento tais,
Pensamentos rápidos; fortes;
Pensamentos nortes; cerebrais;
Pensamentos humanos, carnais,
Repletos de instintos animais;
Serenos; viscerais.
Pensamentos que talvez
Nem sejam meus.
Pensamentos que passam
E pensam por si,
Que nos preenchem e
Depois nos abandonam.
Pensamentos nômades; quebrados;
Pensamentos que se emanam,
Que se dividem e se problematizam,
Mas não se solucionam.
Pensamentos extasiantes,
Irregulares, penetrantes,
Cavalares, espetaculares, inconstantes.
Pensamentos que voam e
Voltam depois de muito não pensar.
Pensamento passageiro, estrangeiro,
Pensamento inter-planetar.
Pensamento que é ilusão;
Que é pré-concepção;
Que é algo menos estagnação.
Pensamento que não passa de idéia,
Um abstrato qualquer de evolução.

LICENÇA PARA UM DESABAFO!


Ratazanas serelepes flainam por sobre os milhares de canos sujos e fétidos e nojentos e lamacentos e entupidos da metrópole adstringente de relâmpagos plastificados e ambientais. Ambiente de plástico. As ratazanas não ligam. Continuam sobrevoando as casas encanadas e os prédios encanados, passam pelas ruas e avenidas encanadas e por entre os encanados transeuntes, pousam tais quais libélulas com uma das asas quebrada.
A grande poça é quase movediça e se move contra si mesma num ritmo frenético e sufocante e delirante e amaciante.
Os canos entupidos, que levam água marrom e flocos de chocolate com creme de açaí e cassis da garrafa, se desfazem.
O estômago não agüenta. Como perceber a velocidade terrível da queda?, já dizia o vocalista da banda do trilhas e tons.
Os canos são frágeis e sensíveis e demandam cuidado e delicadeza.
E as ratazanas não sentem o cheiro das coisas, das almofadas, das camisas, dos queijos, dos vinagres, etc.; o nada lhes deixa perplexas. A onde? E que razão para o Mickey Mouse a ação se inexiste caos movedor interno do esqueleto emocional?

ROGÉRIO CENI É OPERADO!


NUMA PARTIDA DE FUTEBOL, UM FRANGO CAIPIRA E ORGÂNICO E KOSHER PODE CONTER O OSSO ENGASGADOR QUE TRAZ A PENUMBRA INDISCRETA POR MESES A FIO.

ROGÉRIO CENI, O GOLEIRO DO TIME TRICAMPEÃO BRASILEIRO, QUE JÁ CONQUISTOU TÍTULOS SUL AMERICANOS E INTERNACIONAIS, O TIME PELO QUAL A TORCIDA TRICOLOR PAULISTA AMA E PEDE PARA SER CAMPEÃO. É A TORCIDA ORGANIZADA...

O MELHOR GOLEIRO DO BRASIL, SEGUNDO A TORCIDA, SOFREU UMA LESÃO IRREPARÁVEL NO OSSO QUE MARGEIA A TÍBIA INFERIOR. QUEBROU O PÉ. SE FOSSE ATOR, TUDO DARIA CERTO. É JOGADOR DE FUTEBOL. SEIS MESES DE SOLITÁRIA E FISIOTERÁPICA ABSTINÊNCIA. SE FERROU. COITADO.

IMAGINA, VOCÊ, SER AFASTADO DO TIME JUSTO QUANDO A GLÓRIA TRANSCENDENTE ESCLARECER O RUMOR PÓS-DRAMÁTICO DE UMA FRATURA ÓSSEA NO MEIO DO CAMPEONATO INTERCONTINENTAL?

ABSURDO.

A ROGÉRIO CENI, UM RECADO DE APOIO PLATÔNICO*. VÃO SE OS OSSOS E FICAM AS PELES. RECUPERAÇÃO E PENSAMENTO POSITIVO SÃO O SUFICIENTE PARA BUSCAR O INSTANTE VIVO.

APESAR DE EU TORCER PARA A PORTUGUESA DE DESPORTOS, CONSOLIDO-ME COM A TORCIDA SANPAULINA.

SEU MOLINA.


*O termo platônico, nesse caso, se deve ao fato de Rogério Ceni desconhecer o remetente dessa mensagem de apoio. Como exemplo comparativo, podemos citar o termo "amor platônico", que significa um amor impossível. No caso do apoio platônico, quero dizer que o destinatário nunca, com sorte, poderá imaginar as faces do remetente, a não ser que este mande foto.

Em mundos de especialização, a vivência é o alvo torto!


Outro dia, anos atrás, li em alguma orelha algo que me chamou a atenção por sua capacidade indissolúvel de abrir-se aos planos conciliadores da totalidade plena de sentido abstrato. As grandes especializações, para Chaikin, são os maiores impedidores de aramazenagem experiencial, no campo da esquematização orgânica da vida como ela é.

Nos dizeres de Joseph Chaikin, "(...)nos tempos de grandes especializações não existe um especialista que seja autoridade em vivência”.
E ele complementa com magnitude acadêmica do pensamento socio-teatral:
“(...)somos dirigidos – como bois – a pensar, entender e preservar. Somos controlados de fora e não fica bem claro como [...] somos induzidos a querer coisas com as quais não nos importamos e desistir daquelas que fundamentalmente queremos”.

É óbvio que a relação especial existente entre exímias escolaridades empregatícias se reserva, em sua íntima ignorância, aos casos fictícios de globalização e falta de emprego.

Os bois nos servem belas e saborosas picanhas nas churrascarias. Esse é o país do futuro. O curral do século xxi.

Seu Molina.

O FUTEBOL PAULISTA!

É SEMIFINAL DO CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL, A PAIXÃO NACIONAL QUE REVOLUCIONOU O MUNDO COM A ARTE DA GINGA E DE COMO CHUTAR UMA PELOTA.
NA QUINTA-FEIRA, HOUVE MUITA PAIXÃO. NA SEXTA-FEIRA, COMI UM BACALHAU. NO SÁBADO, MONSTROS ATACAVAM A TERCEIRA DIMENSÃO DOS INIMIGOS ALIENÍGINAS E HOJE O TIME DO DANIEL PERDEU DE VIRADA PARA OS ALVI-NEGROS.
OS FANTÁSTICOS BONECOS QUE SE TORCEM NA MOLA PROPULSORA DO HORÁRIO NOBRE POUCO SE PREOCUPAM COM OS ÚLTIMOS DIAS DO MENINO E SÓ FALAM NA FINAL DO CAMPEONATO. O ZOOLÓGICO: A PEIXADA, A PORCADA, A GAMBAZADA E A BAMBIZADA.
QUOT EQUIPUM EST TUOI?
VOTE NA ENQUETE AO LADO E SEJA UM SEGUIDOR!
SEU MOLINA

UM CONTO INFANTIL OITO


NA RUA

Eu vi um cachorro marrom lambendo a água da sarjeta da Avenida Cidade Jardim. Na caranga muitas coisas se perdem. O vulto da vermelhidão semafórica perpetra cintilantemente na faixa listrada um holofote devasso que interrompe o fluxo pneumático do trânsito cosmo lunático.
A luz do poste, que se funde com a lua ao olhar de olhos desenraizados, ilumina a superfície diagonal do estabelecimento precoce da relação biográfica de Marta Suplicy com a mapografia panorâmica da cidade de São Paulo.
A aparição repentina da autosuficiência regida sob a forma de pequenos morcegos ensangüentados translucida, através das travessas e becos diagonais, as transversais atravessadas na noite.
Com o auxílio de uma insígnia supervalorizada e um cano de ferro chumbado, os homens de bonés cinza andam em seus carros iluminados e barulhentos. Equipados e sempre alertas, a ronda programática é feita diuturnamente sob a égide de sãos padroeiros e correligionários.
Por outro lado, a água que o cachorro vira lata bebia exerce a função, nessa parábola abstemológica, da precariedade sintomática das anomalias urbanas próprias dos elementos caóticos da cidade grande em dias de muito chuva. Sete mil garrafas pet, entre refrigerantes e águas e sucos e iakultes, trezentos potes de requeijão e iogurtes, alguns vazios e outros estragados, e a lixeira suburbana se consome vagarosamente implodindo as fundações palaciais de forma a perdurar para a eternidade a imagem arrasadora da destinação institucionalizada.

AOS NAVEGANTES DE PRIMEIRA VIAGEM!


Seja você, navegante de primeira viagem, muito bem vindo a este espaço de colóquio digital, via internet.

Por ora, cá se encontra uma das poucas possibilidades de mantermos contato. Isto porque, não raro, a rotina materialista nos suga categoricamente e não temos tempo para nada. Nem para almoçar. Nem para estudar. Nem para trabalhar. Nem para descansar um pouquinho. A vida é sei lá... Que que estava falando? Ah!... Sobre o tempo.

Curiosamente, o tempo que ocupamos é o tempo real, em um espaço virtual. Impossível encontrar mais de um milhão de pontos infinitos sobre fundo azul de algum quadro de algum pintor diariamente. Impossível. Inimaginável.

Então, o blog é um espaço de experiência cultural, virtual, mundial.

Seja, digo novamente, sem preâmbulos, bem vindo.

Boa leitura!

Seu Molina.

VIDA DE INSETO



Mosquitinho distraído
Vem serelepe e faceiro
Procurando um traseiro
Ou um braço suculento
Como alvo inimigo.

De repente, sem que tenha percebido,
Entra pela via oral
De um mais ainda distraído, e
Coitado, acaba sendo engolido.

No enterro presumido,
Comentários em família,
Todo mundo entristecido,
Falando da curta vida
Do tão jovem mosquitinho.
Triste sina!

Do outro lado, enraivecido,
Com chinelo já na mão,
O mais ainda distraído,
Xinga, do pobre mosquitinho,
Até a quinta geração!

CARTAS EXTRAVIADAS - UM ELOGIO A BARTLEBY, O ESCRITURÁRIO! (crítica de Seu Molina)


A prevalência colorada da estrutura cadente de Wall Street focaliza uma figura objetivada em sua relutância hermenêutica de lidar com os alheios corpos preenchidos por alienígenas alegorias egóicas.
A substancialidade do narrador é efêmera no sentido menos extraordinário que se noticia do termo. A referencia metafórica do advogado subverte o sentido do ponto de vista responsabilizador de sua relação com os demais transeuntes de sua própria caixa preta.
A pressorização negativista que surge do encontro ulterior de Nippers com Turkey, no campo metalingüístico, do modo preparatório ao modo de ‘O clube da luta’, na radicalidade extrema do triângulo suprecional de cujo vértice Ginger Nut perambula sobre a plataforma de plátano plena de musgos escorregadios, é verídica.
Façamos uma breve ruptura cirúrgica no prisma da explicitude literária para que possamos estar entendendo o objetivo da finalidade dramática de cada personagem. Turkey, do inglês, peru, e Nippers, do inglês, alicate, cujas alcunhas valorizam exponencialmente suas características primevas, se beneficiam da clemência espiritualizante da magricela noz de gengibre, o Ginger Nut, do inglês.
A potência perturbadora da clarividência...o que significa preferir?
A preferência absoluta de qualquer relação hemocêntrica desestabiliza os meandros diagnósticos do ato de preferir e, por conseqüência, da singularidade supérflua obtido do receio vinculatório de Bartleby, ou seja, de preferir não fazer como ato extremo de sua própria liberdade mnemológica.
Claro, pois, que o ato de preferir altera, razoavelmente, em proporções antes consideradas insignificantes, a capacidade circulatória da proporção psicossomática do bom senso, em contra partida ao isolamento misantropo pelo qual opta Bartleby, o escriturário.
No entanto, Melville precipita-se sobre um bueiro encardido de sifilíticas carnificinas intoxicantes. A sociedade comum não suporta lidar com uma mola propulsora de tanta desobstrução estrutural.
Nesse sentido, as cartas extraviadas, uma das metáforas mais cabíveis para o homem do século xix e seus seculares sucessores, se perde com relação à sua própria natureza teleguiada.
Tal qual um anel que não chega ao dedo da amante, o homem segue em busca daquilo que lhe é essência, mas, por vezes, e na sua maioria, não encontra. A desistência, logo, é o limite aplicativo da ausência completa e obscura de perspectivas.

GASES GERAM POLÊMICA EM JOGO DE FUTEBOL (matéria da próxima enquete: não perca!)

A Marcia, seguidora do blog desde antes de sua criação, mandou-me uma notícia que beira o cúmulo das vias inusitadas de conduta britânica. Isto porque, numa partida de futebol realizada na Inglaterra, pela qual disputavam pontos o Charlton Villa e o International Manchester F.C., verificou-se um caso de extrema falta de bom senso por parte do árbitro. Num lance de cobrança da penalidade máxima, um dos momentos mais esperados pelos torcedores futebolísticos, um dos adversários, que nada tinha a ver com o lance, liberou uma flatulência que, segundo os jogadores que estavam mais próximos, só pôde ser escutada pelo próprio propulsor dos gases.
Contudo, isso já foi motivo suficiente para que o juiz (que parece também ter ouvido o estouro) anulasse a cobrança, mediante a justificativa de que o barulho da explosão tivesse impossibilitado a conversão da cobrança em gol.
Na segunda tentativa, o jogador, que não se viu atribulado com qualquer tipo de gás ou estrondo, converteu o gol.
A polêmica seguiu para além do final da partida. Se quiser mais informações, acesse o link da matéria: BBC Brasil - BBC BRASIL.comhttp://www.bbc.co.uk/portuguese/index.shtml
AGORA, PARTICIPE DA ENQUETE AO LADO.
Seu Molina.

Uma citação de Fernando Pessoa...

“(...) Prefiro não me dar nome, ser o que sou, em certa obscuridade e ter comigo a malícia de me não saber prever. Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, nem querendo ser mais que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espetáculo que posso”.

Maria SEM graça - uma crítica de Seu Molina

A característica magnífica da sublime performance interconstelar provoca sentimentos inebriantes naquele que deposita seus olhos no mais profundo milímetro cúbico da tela do computador.
As cores fisgam o espectador tal como uma tainha esbranquiçada, sem reação, diante de um anzol lindíssimo que te hipnotiza.
A sensação provocadoramente deliciosa a partir da conexão subterfugia do tempo da cena, em seus ritmos, pausas, interseções musicais descontroles precisos, traz para a memória viva, porém remota, o retorno ao seu mais profundo ser.
A Xuxa é o vértice inflamatório da questão midiática no Brasil, no tocante à persuasão metalingüística do discurso psicologizante, no caso a Xuxa, para com a massa integralizada pela moldura de madeira maciça.
É um filme belíssimo. As atrizes são nada menos que esplendorosas. É radical. A direção precisa e hidráulica de uma mão versicular que lida sensivelmente com o âmago planetário e individual da referência paradigmática e, ainda por cima, consegue retratar com singeleza a pureza filigramática do cotidiano hiperbólico e metafórica da classe c e da classe d da 7ª série.
Vale a pena conferir.
PS: VOCÊ PODE CONFERIR NO ORKUT DO DANIEL KRONENBERG OU ENTÃO, MELHOR AINDA, CONFERIR NO SEIO DO PRÓPRIO ARTISTA, EM SEU SÍTIO ORKUTIANO: LEANDRO GODDINHO.

ATENÇÃO PARA A ENQUETE!

O CONTO INFANTIL SETE, RECÉM PUBLICADO NESTE SÍTIO CIBERNÉTICO, DE ALCUNHA AMARILDO E JOSÉ, TEM MUITOS MÉRITOS DE AFINCO INVERTIDO NA PARTICIPAÇÃO PLENA DA HISTÓRIA MEDIEVAL DO DIREITO ROMANO. COM ISSO, TEMOS QUE, PARA ABARCAR TAIS QUESTÕES, A ABUNDÂNCIA DE TEMÁTICAS SE FAZ ESTRITAMENTE E INALIENAVELMENTE NECESSÁRIA. ORA, TENDO JÁ COMO CERTA A DEMANDA INTENSA PARA A LEITURA COMPLETA E, TAMBÉM, TENDO EM VISTA QUE O REFERIDO CONTO TEM EXATAMENTE: 5 PÁGINAS, 1530 PALAVRAS, 7430 CARACTERES (SEM ESPAÇO), 8963 CARACTERES (COM ESPAÇO), 2 PARÁGRAFOS E 138 LINHAS, A PERGUNTA SIMPLES E DIRETA É: VEJA NA ENQUETE AO LADO!

UM POEMA UM


CRIME AMBIENTAL


Hortência ferida;
Encontrada caída no jardim
Da frente da casa de Margarida.
Bala perdida, mas com alvo certo.
Triste sina.
Tudo por conta de um
Mau entendimento de Margarida,
Acerca de um flerte de assalto
Havido entre Hortência e Cravo,
O qual, assustado, abismado,
Levou, de sopetão,
Um salto alto de sapato
Bem no coração.
E não é só!
Como se não bastasse, ainda às expensas
Da confusão criada por
Margarida e Hortência,
Quebrou-se-lhe o canecão de estimação,
Parceiro de tantas regadas;
Um litro d´água,
Ao longo de toda a sua jornada:
Três dias de vida!
Ah, Hortência! Ah, Margarida!
De qual delas o sapato seria?

UM CONTO INFANTIL SETE

AMARILDO E JOSÉ

Amarildo e José são vizinhos. Ambos moram no centro de São Paulo. O primeiro mora na Rua Vieira de Carvalho com o Largo do Arouche. O segundo, na mesma rua, um pouco mais abaixo, no seu final com a Praça da República. José é jovem e mora sozinho. Amarildo tem seus cinqüenta e poucos anos, aparentemente, pois ninguém ainda teve coragem e ousadia para abordá-lo e perguntar-lhe a sua verdadeira idade. Mas também mora sozinho. Pode-se dizer que Amarildo e José possuem bastante experiência no ramo da improvisação imobiliária, a dizer pelos caixotes e panos que fazem as vezes de barracos, mas que para as suas necessidades, são verdadeiras mansões. Como pedintes, os dois também não deixam a desejar, posto que conseguem com os transeuntes e vizinhos tudo quanto necessitam, seja alimento, roupa, cigarro e até cachaça. Mas a sua principal fonte de renda é com a venda de papelão que recolhem nas ruas do centro durante o dia e vendem no final da tarde pela quantia de noventa centavos o quilo. Com apenas alguns cálculos, é possível imaginar que cada um recolhe até oito quilos de papelão por dia. Conclui-se que eles sobrevivem com mais de cem reais cada um; e ainda com a vantagem que não pagam aluguel nem condomínio, água ou luz. Não têm gastos extras com educação ou saúde. Ou seja, usam o salário para gastar com o seu próprio entretenimento. As noites estreladas, algumas, servem de cenário para o diário passeio noturno que Amarildo e José fazem ao Largo do Arouche e Praça da República, respectivamente. Só lá pela uma da madrugada, quando o sono chega, vão dormir em seus cantos, para no dia seguinte acordarem às sete da manhã, com o sol lhes aquecendo as faces – quem não quer acordar assim – e seguirem seus caminhos ao trabalho. Apesar de tudo isso, Amarildo e José, contrariando os sentimentos que normalmente se tem com uma boa qualidade de vida, não estão satisfeitos. Muito pelo contrário. Vivem bastante queixosos sobre a vida exaustiva e injusta que levam. O que não se pode compreender inteiramente. É certo, pois, que são moradores de rua e isso, por si só, já carrega uma carga de preconceito social contra as suas figuras representativas. Por outro lado, José e Amarildo não passam fome nem frio, não têm contas a pagar ou questões complexas e filosóficas a resolver. Certa noite, o passeio noturno de José e Amarildo foi interrompido bruscamente por uma chuva de fazer alagar o Vale do Anhangabaú. Soube-se depois que a quantidade de água nem era tão grande assim, mas o acúmulo de chuva foi devido à enormidade de lixo jogado nas ruas. E para isso contribuíram José e Amarildo, quando descartaram caixas de papelão que não mais lhes prestavam.
A chuva precipitou-se para o Largo do Arouche. Amarildo teve seus pertences inutilizados. Os objetos e bens pessoais de José, por sua vez, foram ensopados, posto que a água invadiu a sua residência. Conclusão. Os dois estavam desabrigados. Por onde iam, a chuva os castigava. Era tanta água que nem ficaram tão enraivecidos assim. Precisavam de um banho e viram ali a oportunidade perfeita para fazê-lo. Mas também tinham que dormir. E a tempestade não parava. E as calçadas com lagos enormes e poças de água suja. Amarildo pegou suas poucas coisas que ainda não tinham sido destruídas e seguiu em direção à Praça da República. José fez o caminho inverso, mas pelos mesmos motivos. Foi em direção ao Largo do Arouche para procurar um abrigo que lhe protegesse da chuva. Quando chegaram, juntos, à altura do número cem da Rua Vieira de Carvalho, encontraram um toldo embaixo do qual poderiam ficar por algumas horas até que a chuva diminuísse, ao menos. Infelizmente, o toldo tinha apenas um metro e meio de extensão por quarenta centímetros que invadiam a calçada por cima da cabeça dos transeuntes que ali passavam. Amarildo colocou seus pertences na pequena porção seca de calçada que havia. José não se fez de rogado. Usou o mesmo espaço para colocar as suas coisas. Seus olhares se cruzaram e permaneceram inertes por um longo tempo. Ao seu redor, o mundo caía; a chuva castigava e dominava. Mas algo de comum um percebeu no outro, uma certa auto-piedade de suas figuras, coragem e força descomunal para suportarem dignamente toda aquela situação. Era como se Amarildo, ao mesmo tempo, tivesse concordado que José ficasse lá, mas o tivesse expulsado. A sobrevivência de ambos dependia de ocasiões como essas; decisões rápidas e que, na sua maioria, traziam vantagens ou desvantagens imediatas. No caso, era encontrar um abrigo. Quem não conseguisse um lugar sob o toldo azul, provavelmente passaria a noite, ou as horas seguintes, debaixo de chuva. Teve início uma briga para quem iria ocupar o toldo azul. Por incrível que pareça, não se presenciou uma luta de forças físicas, com empurra-empurra ou xingamentos. Amarildo e José travavam um embate discursivo sobre quem tinha o direito de ficar ali, protegido da chuva. Enganou-se quem disse ou supôs que para morar na rua não precisava embrenhar-se por questões complexas e filosóficas. O que se viu entre Amarildo e José foi uma verdadeira busca pela melhor estratégia de como usar a retórica em seu favor, tal qual uma seqüência de lances em que um enxadrista tenta derrotar sumariamente o seu adversário. Amarildo iniciou seu discurso dizendo que aquela roupa que usava era a única e que não podia molhá-la. José completou: aquela também era a sua única roupa. E mais, estava com gripe e febre e, portanto, não poderia ficar exposto à chuva porque, sem dúvida alguma, iria piorar se o fizesse. O primeiro disse, então, que tinha acabado de se curar de uma pneumonia. O segundo afirmou categoricamente – e ninguém sabe ao certo dizer se era verdade ou foi apenas uma estratagema para ganhar a discussão – que tinha casos de doenças respiratórias crônicas em sua família. E o um disse que convivia com ratos e baratas e que o risco de contrair uma leptospirose não era pequena. A batalha seguiu sem um vencedor por um longo tempo, até que, apelando para o emocional do adversário, adentraram no histórico de suas infâncias. Tiveram longa discussão sobre quem era o menos nutrido, o mais analfabeto, o menos forte, o menos saudável, o mais maltratado pelo pai, o que menos recebia carinho materno, o que ficava mais dias sem comer, sem beber ou tomar banho, o mais carente de afeto, o mais feio, o mais dentuço, o mais orelhudo, etc. Nem Amarildo nem tampouco José haviam acumulado mais de dois pontos de diferença na competição. O empate seguia certeiro por horas a fio de diálogo. A chuva cessou. O tempo abriu-se e as estrelas começaram a reaparecer. Mas, mesmo com um vislumbre de tempo melhor, mesmo com a possibilidade de que os dois pudessem sair de lá e seguir seus respectivos caminhos, sem tomar chuva, a discussão não teve fim. Agora não estava mais em voga o direito iminente de ocupar o lugar sob o toldo. A conversa tinha levado ambos para caminhos que eles nunca haviam imaginado; um caminho para o qual não se poderia deixar de considerar os mais sérios e importantes recursos filosóficos das questões mais complexas possíveis. Qual era o sentido da vida? Se perguntavam... Por que e para que viviam? Para quem? Como viviam? Valia à pena? Todos esses sofrimentos seriam recompensados ainda em vida ou seria preciso passar dessa para uma melhor? E qual a melhor forma? Qual a solução mais conveniente para dar cabo da própria vida? Então, decidiram. Após alguns segundos de paralização e reflexão, tempo no qual se permitiram reviver toda a sua trajetória até ali, decidiram. Amarildo estava cansado de perambular pelas ruas, não queria mais passar fome ou sede, queria um lugar em que tivesse companhia para a sua solidão, onde tivesse comida, bebida e roupas secas. Não importa o que tivesse que fazer para alcançar tudo isso. Devia ser preso. Na penitenciária, havia tudo aquilo de que seu corpo necessitava. José, por sua vez, estava cansado das mazelas da vida. Estava ausente de suas responsabilidades cristãs de zelar pelo próprio corpo, pela própria saúde, pela própria vida. Queria entregar-se, desistir de tudo. Sua alma precisava de descanso. Amarildo ajudaria José e José ajudaria Amarildo. E foi o que fizeram. Naquela manhã, logo cedo, após a chegada do sol, aconteceu o que já se previa, o que havia sido planejado pelos dois, e que seria relatado com certo sensacionalismo no jornal da noite: morador de rua é preso por atear fogo no corpo de outro morador de rua, causando-lhe a morte. O copo de José das tantas foi encontrado no centro de São Paulo, a maior capital brasileira, entre a Praça da República e o Largo do Arouche. Segundo legistas do Instituto Médico Legal, mais de oitenta por cento do corpo de José estava carbonizado. O mesmo será enterrado como indigente. Ao ser indagado sobre o que o levou a praticar o crime, Amarildo disse que há coisas que ultrapassam a compreensão daqueles que têm onde morar, ou o que comer, ou o que beber ou o que vestir. Foi internado no manicômio municipal.