DA NÃO OBSERVAÇÃO DO RESULTADO DA ENQUETE!!!

PREZADOS LEITORES, COMO É DE VISÍVEL PERCEPÇÃO, VENHO LEVAR A PÚBLICO O MEU, NÃO DIRIA EQUÍVOCO, MAS DESATENÇÃO PARA COM O RESULTADO DA ENQUETE ANTERIORMENTE PUBLICADA.
DEVO CONFESSAR QUE, AO INQUIRIR SOBRE O TEMA DE VOSSA PREFERÊNCIA, TIVE QUASE COMO CERTA A VITÓRIA DO PATO DONALD, ENQUANTO RELATO PÓS-VIVACIONAL DA CATEGORIA ALUCINÓGENA DE WALT DISNEY.
TODAVIA, NÃO É, COMO SE VERIFICA, O QUE ACONTECEU.
POR UM ACASO DO DESTINO, O TEMA 'O EXÉRCITO INTERROMPE CARROS-PIPA NO SERTÃO, EMBORA MENOS EMBLEMÁTICO SOB O PONTO DE VISTA DA REALIDADE, SAIU VITORIOSO.
ISTO POSTO, VENHO ME POSICIONAR NO SENTIDO DE QUE POUCO ME IMPORTA A RAZÃO SUBTEMÁTICA DA SUBTRAÇÃO EQUACIONAL DOS TEMAS LISTADOS NA ENQUETE.
O PATO DONALD, APESAR DE SUA DERROTA, FOI PUBLICADO SOB CONCENSO MAJORITÁRIO DA COMISSÃO DE PUBLICAÇÃO DESTE BLOG.
ATENCIOSAMENTE,
SEU MOLINA.

UM CONTO INFANTIL SEIS

PATO DONALD E A SUPERVALORIZAÇÃO DA RELAÇÃO COMUNITÁRIA COMO FORMA DE PAGAMENTO

Quem nunca já ouviu falar a respeito da subliminaridadde envolvente nos desenhos animados, sobretudo aqueles produzidos pelas famosaas siderúrgicas cinematográficas norte americanas?
A subliminaridade dos desenhos animados surgiu, como tema, concomitantemente à refratária e caracterizante síndrome vermelha, que trouxe consigo um assombroso mistério acerca das justificativas pecuniárias, no âmbito da singularidade do timbre de voz de Nina Simone.
O Pato Donald, assim como seu conterrâneo da Patolândia, o sovina e capitalista Tio Patinhas, cujo cofre inviolável é maior que o maior dos arranha-céus da cidade dos patos, é o protagonista e detentor do título desta crônica.
Tirante o fato de que são todos patos, Pato Donald é O Pato.
QUÁQUÁQUÁQUÁ.
A patada representa uma outra comunidade de patos.
Há o pato sovina que guarda seu dinheiro, paga outras pessoas para proteger sua riqueza e a si mesmo.
Tio Patinhas usa aquele chapéu listrado e é muito engraçado.
E o Pato Donald mal se entende o que ele fala. E é bonitinho. Pato Donald é o agente secreto. Será. Só fala em códigos. Tudo para proteger a Patolândia, tão bem administrada por seu governo de patos.
Pato Donald é o herói porque elimina os terroristas inimigos. É realmente uma bela história para um desenho animado.

PATO DONALD E A MERCANTILIZAÇÃO DO CAPITALISMO PARA CRIANÇAS!

MUITO EM BREVE, AQUI NO BLOG, PUBLICAREMOS UMA CRÔNICA SOBRE A RELAÇÃO DE PATO DONALD COM A PROPAGANDA BÉLICA NORTE-AMERICANA JUNTO AOS PAÍSES DE ORIGEM ÁRABE.

CONVITE AO COLÓQUIO DIGITAL - VULGAR!

PREZADOS LEITORES, o Daniel me disse que pouco se compreende do textículo retro publicado. Portanto, venho declinar da formalidade acadêmica e transpor a mensagem de maneira acessível ao grande público.
AOS QUE DESEJAREM MANTER UM CONTATO MAIS DINÂMICO, PODE INSCREVER SEU CONTATO JUNTO A seumolina@zipmail.com.br
Áqueles que desejarem, ainda, um contato mais dinamo-ciber-reflexo-filosófico, sugiro o acesso ao meu orkut. (que está registrado sob o mesmo e-mail acima postado: seumolina@zipmail.com.br )
LÁ NO ORKUT, VOCÊ RECEBERÁ NOTÍCIAS SOBRE AS NOVIDADES DO BLOG.
SEU MOLINA.

CONVITE AO COLÓQUIO DIGITAL!

Ao assíduo leitor,
Que deste blog enseja a freqüência,
Por favor tenha a referência
Deste sítio cibernético o autor.
Certo, pois, que poesia a nada leva,
Não nos atemos a meras quimeras
Rotativas!
Vejamos que, sob os prismas da translação lúcida e espaço-virtual, a comunicação meramente se dilui no tempo tecnotérmico. Portanto, se for de vosso desejo o contato mais eficaz, não se rogue quanto ao aproach ciber-relacional. Digite o meu e-mail e envie seu comentário para seumolina@zipmail.com.br
Se for de interesse do destinatário remetente, acesse o Orkut, cujo ciber endereço se mantém.
Seu Molina.

UM CONTO INFANTIL CINCO


DONA FU

Dona Fu vivia num grande descampado, onde era possível apreciar o horizonte por todos os lados para onde se olhava, até onde a vista alcançava. Era uma vista infinita, quase que a limitar a própria existência da Dona Fu, uma vez que a mesma nem sequer conseguia ter a dimensão de seu tamanho. Era um campo verde musgo, de uma textura bastante macia e aveludada. Quase não tinha cheiro de natureza, nem de musgo, o que fazia Dona Fu pensar que talvez todo aquele descampado fosse artificial. Mas, apesar de tudo, a nossa ilustre personagem se contentava com aquela sua vidinha. Dona Fu vivia naquela região há bastante tempo, embora não soubesse calcular com exata precisão quantos anos ou dias ou minutos era habitante singular e solitária daquele inusitado sítio. O fato é que Dona Fu não tinha lembrança de ter residido em outro lugar, nem semelhante nem diferente daquele no qual se encontrava. Pensava em várias possibilidades: que tinha nascido ali e, por alguma razão que não sabe explicar, a sua família, pai, mãe e eventuais irmãos teriam desaparecido. Ou então que ela teria caído do céu, a exemplo das estrelas cadentes, com a diferença que a nossa estrelinha teria perdido a memória ao acordar naquela imensidão verde. Mas Dona Fu, como já se disse, habitava sozinha toda aquela vasta ‘verdidão’. Não tinha nada para fazer, ou com quem brincar, falar ou trocar impressões sobre o horizonte, que muitas vezes parecia pálido, qual uma parede branca. Chegou um dia que Dona Fu, não se contentando em ficar ali parada, olhando para aquela imensidão que se perdia de seus olhos, resolveu caminhar. Caminhou por muito tempo, mas não encontrou mudança alguma. Apesar de sua frustração, continuou andando e andando e andando, até a infinidade verde e pouca esperançosa. Quando estava quase a desistir, não sabendo tampouco o que faria dali a diante, se deparou, a contra-senso de tudo que poderia imaginar naquele momento e naquela situação, um paredão, também verde, que devia ter milhões de metros de altura. Dona Fu ficou ainda mais confusa. Era certo que um descampado verde não poderia ter fim. Mas também não era possível que acabasse num muro verde mais alto que todos os prédios do mundo empilhados. Pronta a investigar aquela despropositada divisória, resolveu caminhar por toda a extensão da mesma, já que subi-la não poderia, por motivos óbvios: tinha medo de altura. Dona Fu, então, começou a caminhar novamente, tendo aquela enorme parede verde do seu lado direito. Caminhou até não poder mais de tão cansada. Parou por alguns segundos para tomar um ar e retomou aquela que poderia chamar de caminhada para a felicidade. Tinha, a qualquer custo, que descobrir a razão daquilo tudo. Caminhou mais um pouco, até que finalmente viu algo de novo naquela paisagem. Tratava-se de uma esquina onde a parede terminava, mas continuava para um outro lado, dantes inexplorado. O mais curioso é que entre as duas paredes que se localizavam exatamente na perpendicular de uma a outra, havia um buraco enorme, gigantesco. Dona Fu teve medo de aproximar-se daquele, digamos, furo no chão. Passou longe dele e seguiu caminho rente à outra parede verde, de maneira que ela continuava do seu lado direito. Não precisou andar muito – fique claro que a nossa cansada personagem teve que andar muito, sim. Mas, em comparação com a caminhada que tinha percorrido anteriormente, essa era bem mais reduzida – para Dona Fu chegar exatamente no mesmo lugar. Aquela esquina de muros verdes extremamente altos com um buraco entre eles. Mas não era possível, pensou consigo mesma, que fosse o mesmo lugar. Deveria ser miragem. Desta vez, resolveu investigar também o buraco que emergia à sua frente, qual um buraco negro pronto a sugar qualquer corpo que apareça diante de si. Chegou bem na beirada e pôde avistar, lá embaixo, algumas tranças que pareciam uma rede. Estranho. Era um buraco que devia ter sido feito para aparar algum objeto tão gigantesco que Dona Fu não conseguia imaginar. Mais embaixo ainda, muito além da distância entre o chão e a rede, havia uma outra plataforma. Não era uma plataforma verde. Como era muito longe, Dona Fu não conseguia enxergar direito. Mas parecia de um marrom acarpetado. A nossa cansada, irritada e deslumbrada personagem quase entrou em choque. Não conseguia entender onde estava e nem o que representava todo aquele cenário que se apresentava diante de si. Voltou para onde considerava seguro para não cair no buraco e resolveu tirar um cochilo. Realmente estava muito exausta. O cochilo deve ter durado uma eternidade, pois acordou bem disposta a continuar a sua jornada. Pôs-se a caminhar novamente, feliz e pronta a descobrir boas novas quando ouviu um barulho muito estranho, quase ensurdecedor, vindo de um ponto que não conseguia ver. Cada vez mais o barulho ia ficando mais e mais alto, até que, de repente, Dona Fu se deparou com uma bola de tamanho imensurável e de cor vermelha vindo em sua direção a uma velocidade que não se pode descrever. Foi o tempo de Dona Fu dar um pulo para o lado para que a bola não passasse por cima de si e a esmagasse qual uma formiga indefesa, sem saber o que fazer, na superfície de uma mesa de bilhar. Porém, a sorte de Dona Fu finalmente chegou ao fim. Tão logo conseguiu desviar da bola vermelha, não reparou que foi cair bem no local por onde estava vindo uma bola branca, maior ainda, e numa velocidade não menos ligeira. Não é preciso dizer que Dona Fu foi esmagada, esmigalhada, destroçada, triturada, fragmentada, estilhaçada, esfarelada em mil pedacinhos. Coitada!

UM CONTO INFANTIL QUATRO

ERVILHAS

Havia, certa vez, uma comunidade de ervilhas verdes, na sua maioria. Mas disso falemos mais tarde. Todas elas viviam harmoniosamente, na medida do possível, e do impossível também. Eram por cerca de seiscentas e vinte ervilhas que dividiam um espaço de pouco mais de setecentos centímetros cúbicos. Levando-se em conta que cada ervilha tinha, em média, um centímetro cúbico, umas mais e outras menos, e que entre elas transitava uma água da qual falaremos logo mais, cada ervilha ocupava quase o seu próprio tamanho. Ou seja, quase não podiam se mexer, a não ser quando a água as empurrava para rumos relativamente desconhecidos. Guardadas as devidas proporções, era como se na cidade de São Paulo houvesse quinze milhões de caixões e que cada um deles fosse ocupado por um habitante, de modo que não pudessem se mover, respirar ou comunicar-se entre si. E que esses caixões estivessem boiando num alagamento sem fim. No caso das ervilhas, é sabido que essas não tem pulmões e, por tal razão, não precisam de ar puro. Fato que, por si só, alivia para o lado das bolinhas verdes quando dizemos que as mesmas não podiam respirar. Voltemos à água. Era uma água que vivia lá desde os primórdios daquela comunidade. Fazendo uma retrospectiva de sua vida passada, as ervilhas não se lembram de terem convivido sem a presença daquela água, que sempre se marcou pela sua presença forte e incontestável. A água era de um verde bastante característico, impregnada da essência das próprias ervilhas, embebida da vitalidade e sabor, cor e cheiro das mesmas. A água, naquela comunidade, era onipresente. Estava em todo e qualquer lugar que não fosse ocupado por uma ervilha. Ela tinha a função de evitar toda sorte de desentendimentos entre as habitantes daquele sítio, que era muito pouco arejado, diga-se de passagem. Aliás, não era arejado – não tinha ar, posto que já foi dito que naquele espaço eram ervilhas ou água – e também era muito pouco iluminado, uma vez que o sol não conseguia, ou pelo menos nunca conseguiu até aquele dia, alcançar as redondezas habitadas pelas ervilhas. Levando-se em consideração, mais uma vez, que as ervilhas não têm olhos para enxergar, essa escuridão também não chegava a ser um grande problema. Por outro lado, ainda que a luz e o calor do sol não se presentificassem diante daqueles seres minúsculos, é certo dizer que lá dentro era bastante quentinho. A água mantinha uma média de temperatura de vinte e oito graus, o que trazia uma sensação de conforto para as ervilhas. Mas essa sensação de conforto era apenas aparente, pois, apesar de sua serenidade e calma, a água comandava com mãos de ferro toda aquela região. Cada ervilha tinha o seu próprio espaço e não podiam transitar fora dele. Havia a região nobre da comunidade, onde as maiores ervilhas, mas a minoria delas, tinham o direito de sitiar. Ou seja, apenas vinte por cento da totalidade das ervilhas ocupavam a metade inteira de cima da lata – sim, é uma latinha de ervilha, cuja marca é desnecessário mencionar. O restante das ervilhas, de cor não tão verde, algumas amareladas, outras opacas, tinham a metade de baixo da lata para ocupar, que era bem menos iluminada e arejada, se é que se pode considerar arejado algum ponto daquele lugar. Enfim, podemos dizer que a parte de baixo era infinitamente menos aconchegante e confortável. Todas as ervilhas que buscavam uma certa ascensão, ou seja, que tentavam ocupar, ilegalmente, a parte de cima e viver a vida das ervilhas grandes, verdes e bem afortunadas, eram severamente repreendidas pela água, que os levava para o fundo da latinha, e lá ficavam até que outra ervilha recebesse o mesmo castigo e fosse para o fundo. Então a presidiária anterior subia um degrau na escala hierárquica. Em aspectos gerais, é óbvio dizer que a comunidade das ervilhas não era tão harmoniosa como foi dito no início dessa narrativa. Ao longo de toda a eternidade daquela comunidade, se instaurou uma classificação por classes. Ervilhas fortes, verdes, coradas, robustas, saborosas, apetitosas que tinham todas as primazias providas pela água, e as demais, que eram consideradas ‘o resto’, descartadas de um ideário aprazível para denominar-se uma ervilha de boas maneiras. Essas miseráveis eram, na sua quase totalidade, amarelas, pequenas e defeituosas.
Certo dia, daqueles em que parece que tudo ocorrerá dentro da normalidade, com poucos casos de repreensão ou de ervilhas preconceituosas que chateiam as outras, devido à sua classe ou por serem pequenas, aconteceu algo que ninguém poderia prever, posto que nunca havia acontecido. Ocorreu um fato inédito, um fato sem precedentes na história daquela comunidade, que traria mudanças radicais para a vida daquelas ervilhas. É preciso dizer, também, embora se constate com o narrar dos acontecimentos, que aquele episódio seria definitivo para o término da própria comunidade. Mas, o mais curioso é que, ainda que as ervilhas, mesmo as mais sensitivas, para não dizer espertas e inteligentes, não soubessem exatamente quais seriam as conseqüências daquela fatídica ocorrência, todas elas uniram-se, buscaram um fortalecimento coletivo, em prol daquilo que mais tarde denominar-se-ia instinto de sobrevivência, de preservação da espécie. Por volta das doze horas daquele dia inédito, ouviu-se um barulho muito estranho de porta se abrindo. As ervilhas já tinham ouvido aquele barulho antes. Contudo, aquele barulho, isoladamente, não era muito significativo. Tão logo aquele barulho cessou, houve uma força externa inexplicável que balançou toda a estrutura da comunidade. Não só todas as ervilhas mas também a água, perderam o seu auto-controle. Começaram a ser jogadas umas contra as outras, contra as paredes de alumínio, contra o teto e, ao mesmo tempo contra o chão. Nunca havia se dado tal calamidade, em tais proporções. Essa agitação durou, na contagem de um relógio humano, mais ou menos um minuto. Quando se deu a calmaria, a qual, mais tarde, descobriu-se ser somente passageira, havia ervilha grande e saborosa no fundo da lata e outras que estavam literalmente esmagadas. Por outro lado também havia ervilhas feias e foscas na parte da cima, boiando sobre uma água completamente desnorteada e entontecida, para a qual a divisão hierarquicamente estabelecida, não só já havia a muito se perdido, mas também não tinha mais nenhum sentido, obra da confusão e do transtorno havidos. De repente, veio barulho perfurante lá de cima, como se alguma arma tivesse lhe feito um furo. Então, começou a entrar uma claridade muito intensa, muito brilhante, que vinha de um pequeno ponto da extremidade superior da latinha. Inacreditavelmente, as ervilhas sentiam que a mesma estava sendo virada. O teto foi se dirigindo para baixo e o chão foi para cima. Por conta da gravidade, todas as ervilhas foram imediatamente pressionadas contra o teto, e isso fazia um barulho muito diferente, fora do normal. Parecia que aquele teto de alumínio, a qualquer momento, iria ceder sob os pés das assustadas ervilhas.
Logo em seguida, quando se achava que tudo de impossível já tinha acontecido, surpreendentemente, a água, lentamente, começou a escorregar pelo buraco que havia sido feito na latinha. As ervilhas começaram a entrar num estado de choque e desespero completos. Era inimaginável que elas pudessem existir sem aquela água ao redor. É como se, numa visão mais romântica da situação, disséssemos que um caderno não pode viver sem as suas folhas ou que as calças não podem viver sem as pernas. A partir daquele momento, as ervilhas começaram a rememorar todo o tempo em que passaram juntos com a água naquela lata. Desde os maus agouros até os dias de pura felicidade e alegria foram objeto de lembrança daqueles seres amedrontados. Enfim, a água foi escorregando e, cada vez menos ervilhas podiam apreciar um último contato com a mesma, sentindo nela o seu próprio cheiro e sabor. Quando toda a água terminou de esvair-se por entre as ervilhas tristes e molhadas, pairou um sentimento muito estranho, quase a retratar a sensação de perda de um parente muito próximo. As ervilhas simplesmente não sabiam o que fazer. Ficaram paradas ali, sem se mexer, mesmo porque não conseguiam, posto que estavam presas umas sobre as outras. Era a água quem possibilitava a locomoção delas. De repente, novamente a surpreender o espírito pouco empreendedor e aventureiro das ervilhas, ouviu-se um barulho ensurdecedor. Por cima delas, o teto estava sendo rasgado nas suas bordas e a intensidade de luz e brilho aumentou infinitamente. Segundos depois a comunidade das ervilhas já estava sem teto. Melhor seria se elas conseguissem, a tempo, se organizar para formar um movimento contra tal atitude tirânica, perpetrada por não se sabe quem. Mas não conseguiram. Em questão de mais alguns segundos, a latinha foi virada e as ervilhas começaram a cair numa grande travessa. Assim que caíram e sentiram aquela travessa fria e espelhada embaixo delas, já sabiam qual seria o seu destino. Ao lado de alguns tomates, outros pepinos, milhos, ovos, palmitos e cebolas, as ervilhas tomaram o seu lugar na grande salada que seria ingerida logo mais, na mesa de almoço de alguma família saudável.

COM VOCÊS, O ENSAIO GANHADOR DA ENQUETE!

O IRREPRESENTÁVEL E A SUA FUNÇÃO SOCIOLÓGICA

A investigação hegeliana acerca de assuntos tangentes à ‘exclusão do real’, matéria que adentra nas questões pormenorizadas sobre a imitação relativa, se limita, em parte, a explicar de forma declarativa as vias exclusivas e didáticas da representação.
Mediante as diversas faculdades de percepção auditiva, a representação sofre fortes tendências transversas no sentido de ofuscar a própria sensibilidade da representação. Isso porque, a relação performática que se dá entre o sujeito protagonista e o sujeito antagonista, muitas vezes, se vale da supervalorização egoísta por parte de cada um dos sujeitos. Com efeito, a transparência fenomenológica da representação, termo que caiu em desuso a partir dos estudos do modelo contemporâneo de representação de Meyerhold, na Rússia, segue corriqueira pelas lateralidades complementares da perspectiva neo-melancólica evidenciada no início dos anos vinte, na Inglaterra. Peter Brook, o encenador de maior destaque dentro dos parâmetros paradigmáticos da representação, se vale da nova perspectiva idealizada da não idealização das personagens. O ator negro fazendo Hamlet, por exemplo, evidencia a contramão pela qual segue Peter em comparação a outro encenador da nossa contemporaneidade, Iacov Hillel. Para este, torna-se quase essencial o phisic de role ­– expressão que denomina a necessidade de as características físicas do ator se assemelharem às da personagem – impossibilitando qualquer outra forma de evidência representativa.
Os moldes dos objetos irrepresentáveis, no bojo da tradição teatral pós-dramática, privilegiam imponentemente a resistência única da prerrogativa máxima que exalta Hans-Thies Lemann no seu livro de capa verde e um leão dourado. Contudo, a sensação de confinamento corporal estilístico realça a história do surgimento da representação em sua premissa biográfica. O irrepresentável, por sua vez, sucumbe aos aspectos heterogêneos da alternância visual da qual se vale o espectador. Ora, o protagonismo exacerbado de certas figuras circulantes nas galerias parisienses em meados do século XVIII, por exemplo, trouxe à tona um dos maiores questionamentos sobre a temporalidade da medida representável.
Isto posto, não se deve creditar hipótese alguma, o fardo deliberativo das regras básicas da representação, que na medida da teatralidade pós-dramática, é confundida com interpretação. Equívoco crasso. A possibilidade fenomenológica da espacialidade fugaz da estrutura normativa da representação, tal qual foi identificada na sua origem, não incorpora a sensorial realidade mental. Ou seja, a conclusão da qual se cogita um controle rígido por parte da academia, gira em torno da questão única do irrepresentável, bem como da sua função sociológica em termos definitivos de ação, duração, pausa e discurso.

UM CONTO INFANTIL TRÊS


A HISTÓRIA DO CHIMPANZÉ FUJÃO

O chimpanzé morava no zoológico. Vivia uma vida feliz. Vivia uma vida de paz. Muita paz. Harmoniosa convivência com o leão. Lia o jornal todas as manhãs com a zebra.
Sempre acenava para as girafas, que moravam nos andares mais altos dos prédios ao longe, e as girafas sempre retribuíam com um aceno de suas orelhas pontudas.
Certa vez, o hipopótamo convidou-o a visitá-lo, e disse que trouxesse trajes de banho pois iam refrescar-se no pântano.
O chimpanzé infelizmente não pôde comparecer. Estava trancado em sua jaula.
Passada a possibilidade do encontro, o chimpanzé voltou à sua rotineira rotina.
Pela terceira vez naquela semana, chegou o fulano de boné marrom, responsável, dizem alguns, pela alimentação dos habitantes do zoológico.
Ele, o fulano, pela terceira vez naquela semana, abriu a jaula, entrou na jaula, fez uma brincadeira ou outra com o chimpanzé e colocou num canto da jaula sete quilos de frutas, entre bananas, maças e laranjas.
O chimpanzé, pela terceira vez naquela semana, ficou maravilhado com a quantidade súbita de comida à sua disposição mas, por algum motivo que ninguém saberia explicar, o grande macaco não se demorou muito na sua vitamina. Ao invés disso, pregou um olho no seu patrocinador e o outro olho na trava da jaula.
Sem querer querendo, ou pelo menos é o que se imagina em se tratando de um primata, o chimpanzé reparou nitidamente no movimento que fez o fulano com a trava para abrir a jaula.
Meia hora mais tarde, quando o fulano já estava bem longe, o chimpanzé foi até a fechadura. Lembrava exatamente das imagens necessárias para tirar a trava e abrir a porta da jaula. E não fez por menos na sua perfeita imitação do fulano.
Abriu a jaula em poucos instantes e ganhou a liberdade...
Virou a esquerda e deu de cara com o tigre soltando uns grunhidos que ele não conseguia entender. Mas pela cara de espanto do tigre, o chimpanzé sabia que tinha feito algo de novo naquele lugar.
Então, passou pelo tigre, avistou os cavalos comendo capim, as vacas à sua direita estavam pastando, comendo e cagando, e as galinhas não paravam de cacarejar.
Avistou uma placa onde se lia: SAÍDA.
Não entendeu o que estava escrito, mas sua intuição lhe dizia que devia seguir aquele caminho. Quando estava bem próximo da saída, sentiu uns oito braços o agarrando por trás, e uma agulha bem grossa nas suas costas.
O chimpanzé fujão foi anestesiado.
Treze horas depois, o chimpanzé acordou com uma sensação diferente. A adrenalina ainda lhe percorria o corpo.
Achava que...Tinha certeza absoluta que tudo aquilo que ele vivera não havia passado de um sonho, de uma ilusão.
EM BREVE, O ENSAIO VENCEDOR DA ENQUETE: O IRREPRESENTÁVEL E A SUA FUNÇÃO SOCIOLÓGICA.
AGUARDEM.

A INTRANSFERIBILIDADE GÊNICA E PLANETÁRIA

Um tratado ensaístico sobre a possibilidade hermenêutica do sujeito intransferível

As relações sectarizantes da questão vislumbrificadora de pormenores – per si – representam um estilo de interpretação clara e exemplar sob o ponto de vista ético das classes sociais.
Não se trata, por um lado, de uma dissipação corpórea relativa à questão primeva da essência transferível. Isso porque, o fruto organizacional que pende da ‘grande árvore’ assistencial não se resolve como questão intrínseca relativa à exploração do tema da transferibilidade em seu cabedal filosófico, mas como ‘ponte de granito sobre rodas de garagens subalternas’, nos dizeres de Roberto Piva. De tal maneira, as ambigüidades dialéticas das quais se vale o tratamento sismológico e, principalmente, urbano, da civilidade renascentista que trata KATTOFEL em seu estudo sobre a transferência álvea, são, no seu conjunto, um dos últimos artifícios paradigmáticos da própria estrutura da insensatez intransferível.
No entanto, a relação da filosofia moderna pertinente ao contínuo estado libertador da concretude transferencial se espelha na eficácia instrumental que se verifica no processo de laicização magistral. Ou seja, a colocação incômoda da transferência providencial é, por sua vez, a magnetização incondicional da experiência racional da abertura precursora da transferibilidade.
Posto de maneira conclusiva, o sujeito intransferível, logo, insere-se dentro de um padrão germinativo e purificador da própria transferência filosófico-político-social, na ausência máxima da compreensão sistemática de domínio dialógico, na qual ganha força a primazia orbital de transferência.

UM CONTO INFANTIL DOIS

Por onde começar? Pelo começo. É um menino que viu a mãe ser levada pelos anjos da noite. O pai era bebum. A tia foi pro mar e deixou-o a ver navios. Madalena, casada com o irmão viúvo de sua mãe, da qual pouco ficara lembrança, não integrava um álbum sequer da família.
Voltamos ao menino. Um lugar. Trás-os-montes. O ermitão do trás-os-montes. Um boato. Ninguém sabe, ninguém vê. Uma sombra sobre a visão sócio-comunitária do cidadão comum. Lenda. O velho barbudo mora lá em trás-os-montes. Ninguém vai lá. Menos o menino, que receberá o convite mais especial e inusitado dos quais poderá se lembrar num futuro próximo.
Um senhor, o ermitão, o velho barbudo, aquele mesmo, apareceu no bar do Seu Beto e pediu uma cerveja. A imagem congela. O velho barbudo atravessou o salão, tal qual fosse uma câmera a passar lentamente sobre as montanhas verdes de ‘A Noviça Rebelde’. O espanto é geral. A paralização total. Tudo preto e branco. O velho, de verde, um chapéu e um manto, aproxima-se do menino, que já não tem pra onde ir. O menino foi fisgado. Um olhar de mel de águia conecta o outro, inexperiente e assustado olho. Brisa fresca e uma claridade de sol matutino se destacam. O velho estende a mão. O menino pega. O olho não desvia. O velho diz o que fará hoje depois do almoço? O menino diz nada. O velho então diz venha conhecer a minha casa. O menino diz a sua casa? O velho diz sim, aquela de cima da colina. Silêncio. O menino não responde...mas também não precisa. O velho sabe que o menino vai. E o menino, apesar de ainda não ter tomado decisão, sabe que irá na casa do velho, lá em trás-os-montes.
A manhã passa. Não tem fome. Mas é hora do almoço. Come. Bebe água. Escova os dentes. Vai. Começa a subir a colina. Mil pensamentos. Frio na barriga. Vamos lá. Chegou. Está mais frio. É muito alto. Dá pra ver uma cidade inteira. Bate na porta. Ninguém responde. Bate de novo. Silêncio. Uma terceira tentativa. A porta se abre. Barulho de porta abrindo em filme de suspense. Luz vindo do fundo do corredor, de onde se vê uma silhueta desenhada. Barba branca. A silhueta fica mais clara à medida que se aproxima. Bafo de azeitona curtida no azeite e berinjela. Palito de dente mordido em cima da mesa arranhada de madeira. O velho traz um pequeno frasco.
Boa tarde, meu filho. Diz o velho. Silêncio. O velho caminha para a poltrona que fica debaixo da janela da sala. Isso aqui, meu filho diz o velho apontando para o frasco que carrega em sua mão esquerda é a bebida púrpura. Você quer experimentá-la? Silêncio. Com a bebida púrpura, você sente um gosto maravilhoso de maçã, pêra, goiaba, laranja e mel ao mesmo tempo. O velho aproxima o rosto do menino e, arregalando os olhos, diz Esse gosto sobe pela garganta e invade os olhos, nariz, cabelo, e desce pelos braços e pernas. Uma gotinha dessa bebida, meu filho, é suficiente por um dia inteiro dos prazeres mais intensos.
O menino, de olhos esbugalhados, já quase sem reação nenhuma, estica a mão em direção ao frasco. Não há outra alternativa. O menino prova a bebida. Aquela única gota de bebida púrpura. De repente, a luz fica tão intensa que o menino chega a pensar estar cego.
E, então, tudo fez sentido. Todas as suas dúvidas de menino foram esclarecidas, angústias sanadas e desejos momentaneamente satisfeitos. Mas o mais curioso é o que viria a acontecer algum tempo depois, futuro incerto ainda, com perspectivas pouco eficazes no tocante à contação da história propriamente dita. Ninguém saberia dizer o que aconteceu com o menino mas, ainda que esse assunto fosse evitado nos círculos mais conservadores e pouco incentivadores das fantasias infantis, alguns se arriscam a dizer que o menino cresceu.

UM CONTO INFANTIL UM

Uma hipotenusa. Um logradouro situado nalgum lugar longínquo, remoto no tempo e perdido no espaço. Céu refletido no espelho do rio que corre ao lado, cruza pela tangente e segue ao leste, levando vida ribeirinha margens a baixo. Perfume doce e de roxo molhado sobem pelo nariz e tocam o cerebelo, fazendo a boca abrir em sorriso e os olhos fecharem suavemente. O verde com amarelo reluz pelo ar rarefeito e puro. Pius. Água batendo em água constante e abundante. Terra molhada com cheiro de grama e árvore chovida.
Vista embaçada. Barulho esquizofrênico ao fundo. Viagem sub-orgânica dimensional perpassa camada espessa e árdua do código lógico categórico. Alguns instantes de retenção da imagem. Acorda. Despertador. Sete. Um ponto em cima do outro. Zero. Zero. Mão empurra botão. Barulho medicado. Silêncio. Ônibus freando ao fundo. Silêncio. Buchicho de amanhecer. Persiana. Nuvem cinza. Vento frio. Gotas finas caem sobre o parapeito, de José, que divide dois mundos, duas realidades. A realidade da fantasia e a fantasia do dia-a-dia. Carnaval de alegoria. Terno e gravata: bom dia?
Como vai a sua tia? A melancia ficou passada e o vendedor carioca tentou passar o suco pro cliente. Conseguiu. Dura realidade. E agora, José? Vai ao trabalho. Ao mesmo trabalho há treze mil, setecentos e oitenta e três dias. Nada de novo. Ou de novo nada?

ENSAIO SOBRE A ESCATOLÓGICA ESSÊNCIA

Um show escatológico sobre a persuasão submundana

A referência plástica da sobre humana complacência robótica do momento idealmente cinematográfico quase que fabrica a análise Beketiana sobre a sociologia tecno-política do trabalho crítico e universal. A razoabilidade do partido comunista não abdica das práticas surrealistas como forma alternativa de fazer arte.
De parte do contracenso modernista, a compactuação com certos esquecimentos sobre a arte vanguardista do realismo socialista construtivo da Rússia revolucionária não permite emergir a camisa de força exaltatória da produção do homem. Ela, no entanto, não suportou, do ponto de vista eletromagnético, a militância das artes conservadoras da oposição. Meyerhold, por exemplo, assim como Trotski, não se configuram como precaução sociabilizante da escatologia.
O idealismo sociológico da realidade teatral como propriedade ideológica, onde se encontra um patamar poético condizente com o sujeito imaginário, não deve insurgir-se contra a transcendência dos velhos conflitos que se originam da produção escatológica de fogo e areia.
A filiação patriótica residual do pensamento filológico da experiência não verbal da presentificação astral pode trazer efetivamente os grupos de noção existencial de Brecht.
A mudança da linguagem imagética dos estudos textuais da experiência preceitual do momento presente ainda é perceptível, ainda que o foco de radiação esteja impregnado das condições pára-metafísicas sobre a necessidade atualizada da brincadeira expressionista da primeira geração.
Então, a impossibilidade da proximidade estrelar no céu dourado retratada nas entrelinhas do Cruzeiro do Sul é reflexo imediato das influências morais do ‘Living Theatre’, de Grotovski e, sobretudo, de Eugênio Barba.
Isso porque, distância diferencial do lugar produtivo em que se opõe as formas vazias às atualizações remotas das imitações compactas presume a inspiração evolutiva da energia cinérgica com relação à buca antropológica dos exemplos anatômicos das últimas oito décadas, no tocante aos procedimentos afirmativos de uma moto-serra ligada no meio da multidão.
A ocasionalidade finalizadora dos discursos claramente conscientes de um parágrafo digestivo não resolve a questão da sensibilidade fisiológica, posto que a retomada da negação textual, elaborada a partir das palavras no seu sentido encantatório, não funciona como estágio investigativo da ambivalência trilíngue.
No caso de Santo Agostinho, por outra vez, repercutiu-se a sonoridade de formulação – menos pela busca assintomática – que ilustra o campo da palavra numa dimensão poética da visão desestimulada da beleza simétrica de Ivo Pitanguy.
As muralhas que desabam sob passarelas de mármores dignos de beleza categórica não revelam a banalidade sistemática da essencialidade metafísica sob a perspectiva da dimensão sensorial e liberadora do espetáculo.
A potência percussiva divulgada sob a lataria instrumental de figuras persuasivas – homens belíssimos e musculosos – desenvolve o diálogo tradicional que remete a imagens sob a construção fragmentária do interesse impactante da excelência doméstica.
Informações avessas, contudo, pairam sobre a sobriedade da localidade reflexiva do esvaziamento em si, cujo esquecimento ressentido da presença criativa alimenta com trigo própria incredibilidade criativa.
Seis mastros de seis metros e seis andares. Seis intérpretes representam meia dúzia de cenas do romance ‘Éramos Seis’, sob o ponto de vista da égide que circunda a escatológica essência que envolve o empobrecedor evento do jardim da praia de Santos.
A construção da imagem prevalece na sala como repertório do impressionismo vanguardista da escola curadora de Jesus.
A obviedade estatística da maldade taciturna inerente aos seres caninos não reside na crônica mobilizada das superfícies de marasmo, sempre calcados sob o ponto de vista da elucidação relevante do planalto central. Trata-se, pois, de mentira deslavada.
A escola sofreu, desde que a demanda da oferta ficou nebulosa a médio prazo com bons espetáculos, uma eventual veracidade discursiva ambiental.
A concentração do atletismo afetivo do caderno econômico das locações físicas dos sentimentos irreverentes estão presentes com a exceção do corpo apoiado pela respiração, numa confusão refletida e arrebatadoramente estanque, representante do corpo capaz de transcender a humanidade concreta.
As imagens de Alex Grey mostram o panorama catedrático do esqueleto humano na sua relatividade grotesca da existência universalmente reduzida.
Tirante o encontro comentado da fortaleza fílmica da paisagem de estúdio conecta suas experiências pouco compreendidas com o avanço ignorante dos instintos captadores e irradiadores do espanto revelador da inexistência cósmica.
O ator escatológico pensa, pois, fluidamente sobre a sujeição frutífera da pura escrituração do segredo das paixões.
Ora, o ator, através da respiração, não se engana de sexo pois é masculino ou feminino. Quase nunca andrógeno. O estado digestivo da capacidade sintética de lucidez e independência recebe vocação de um gesto simples mas volta como sombra ao corpo interior; síntese de densidade invertida da exacerbação muscular.
Conclui-se, finalmente, apesar da generalização abssíntica do falatório grotovskiano desejar a finalidade futebolística da pobreza, que a radical natureza comprovadamente científica desenvolve, a partir de elementos abstratamente Hamletianos, o fluxo da melancolia absorvente da escatologia essencial da vida.

A CATALUNHA VAI ACABAR

Ensaio sobre o fim dos tempos

Depois que a Catalunha sofreu ataque antiaéreo chefiado por um navio negreiro que na proa carregava sete bandeiras de cores norte-holandesas e sub-islandesas dispostas sobre mastros de sebo comprados da farropilha carioca no mercado municipal de Olinda, formando, angularmente, uma anedota singular, sobretudo circular, sobre a caracterização de cunho realístico frenético da região oeste, verificou-se que a superblasfemação do cotidiano ilusório e modificado das frutas saponáceas, com seu gosto cítrico e aroma arejante, é pura balela.
Nesse sentido, a disposição científica da abordagem reverberadora de Heiner Muller, no entanto, reflete inversamente a parabólica essência da cafeína boliviana no tocante à rememoração da campanha da vacina contra a febre amarela nos países vermelhos.
Contudo, não se olvida, sobremaneira, a questão concernente à religiosidade satisfatória do tempo jactante, uma vez que a capacidade gramofônica da mitologia ministerial nos permite elucidar a cosmogonia da realidade, em especial no momento de ruptura caótica da esquematização sutil da República de Weimar.
É interessante perceber, ainda, que a episcopal perspectiva radicalizada através da devassidão sublimada da intencionalidade poética da linguagem sugere mais um ponto de conexão entre a poética do espaço e o desejo do saber.
O devaneio que, justamente, inspira a poética relacionada ao desejo do saber, expõe, no seu íntimo, a simplicidade precisamente fenomenológica dos hieróglifos encontrados sob as pedras de hamurabi.
Não só. A origem da linguagem dadivosa é substancialmente interventora da chamada simplicidade fenomenológica. O maior exemplo da vivência poética que nos propõe Bachelard é justamente a sua relação – da simplicidade fenomenológica – com o alvo encantatório da receptividade de imagens originais.
Mas, então, o leitor deve estar se perguntando: o que a Catalunha tem a ver com isso tudo?
A resposta é óbvia e tem sua evidência traduzida na potência especialmente ilógica que nos clarifica Artaud, conciliada às convicções instigantes do alimento espiritual imaginário de Jacques Vaché, que viria a morrer de uma overdose de ópio aos 23 anos de idade. Quem diria?
Mas Artaud, aqui, cumpre a função ontológica da valoração medieval de antinomias formuladas sob a perspectiva do pragmatismo burocrático atual, por meio do qual se elucida grande parte das questões relativas à insubordinação total no discernimento intolerante e seu alcance impotente à arte.
Por outro lado, não se traduz em momento algum aquilo que se pode nomear a exploração vívida do escândalo onírico como um pertencimento hermenêutico da imagem octaviana nos meados do século XX.
Ora, uma vez que não se trata, logo, de uma irresistibilidade precoce dos meios comunicáveis percebidos como contraditórios, não é possível, pois, estabelecer uma conexão certeira entre a tangibilidade relativa do cenário social saneador com a insubmissão romântica fiscalizatória gerada através da via expressiva como instrumento de escritura automática.
Por fim, a clarividência sistemática do vírus latente sobreposto à mostarda amarela eletrificada supõe que o término dos contatos interpessoais se realize não remotamente e, logo, no prevalecimento daquilo que se costuma chamar de caoticidade do fim dos tempos.

CRÍTICA - As escrotas em um showzinho de merda!


AS ESCROTAS PISAM NA JACA E NAVEGAM POR ÁGUAS ABASTECIDAS PELO RIO TIETÊ

Crítica de Seu Molina


A ESCROTIDÃO DOS ESCROTÍNEOS TUBOS ESCATOLÓGICOS NUNCA FOI TÃO PRENUNCIADAMENTE CONECTADA COM A ESCATOLÓGICA ESSÊNCIA, CONCEITO SOBRE O CAOS ESCATOLÓGICO DE MIRCEA ELIADE, QUE PERMEIA O EMBASAMENTO EMPÍRICO E PRAGMÁTICO DE NADA MENOS QUE A CRIAÇÃO DO UNIVERSO, AINDA QUE SOB ASPECTOS DA MITOLOGIA.
PELO CONTRÁRIO! A ESCROTIDÃO ABJETA DE CADA INDIVÍDUO PER SI, NA LUTA METAFÓRICA DO COCÔ EMBARCADA NA EXATIDÃO RETILÍNEA DE UM PINICO, POR EXEMPLO, CLARIFICA PORMENORIZADAMENTE A MAGNITUDE MERCADOLÓGICA DA BIZARRICE CONTEMPORÂNEA, EVIDENCIANDO-SE, PORTANTO, A SUTILEZA MENTAL DAS ATRIZES QUE LIDAM COM TEMAS TÃO COTIDIANAMENTE FRACASSADOS, MAS COM POTÊNCIA INCALCULÁVEL.
POR OUTRO LADO, A CALEFAÇÃO SUBJETIVA DAQUILO QUE RECEBE O NOME DE GRANDE MERDA EXPLICITA DE MANEIRA RADICAL E PERTURBADORA A SUBLIMAÇÃO DA ESCATOLOGIA SUBMUNDANA, LEVANDO-SE EM EXTREMA CONSIDERAÇÃO A QUESTÃO DO XIXI POÉTICO, QUE GANHA ROUPAGEM INÉDITA DAS ESCROTAS SOB O PONTO DE VISTA DA DRAMATURGIA VIVIFICADORA DE PLÍNIO MARCOS.
RESSALTEMOS, PORÉM, QUE A RELATIVIZAÇÃO TROPICALISTA DA REFERÊNCIA ABNEGADA DA ESCROTIDÃO HUMANA REVELA, NO SEU ÂMAGO, A IMPORTÂNCIA ELEMENTAR DA RELAÇÃO ESTABELECIDA ENTRE A MÚSICA AO VIVO E A ILUMINAÇÃO, QUE ESCONDE UM DETALHISMO MAGNIFICENTE DA QUESTÃO HERMÉTICA DA SUB-ESCATOLOGIA PREPARATÓRIA. OU SEJA, O SHOW GANHA VIDA COM OS MÚSICOS ESCROTOS E INSTALA UMA NOVA TECNOLOGIA DE SE ASSISTIR TEATRO.
EM OUTRAS PALAVRAS É UM ESPETACULAR ESPETÁCULO ESCROTO.
IMPERDÍVEL.

PS: O espetáculo d´As Escrotas ficou em cartaz no Teatro Maquinaria, em dezembro de 2008.

Crítica - Orgasmatron, um cabaré (jun. 2008)


Assim que se dá o terceiro sinal, é como se a magia fantasmagórica da boracéia percorrece o incremento do palco, dando luz e dimensão cósmica e supersônica ao olhar do espectador, que passa a ver somente sombras.
O mistério de influência cataclismática da micro-caracterização pleunástica da supervalorização vacilante é fruto daquele instante supérfluo, mas efêmero, em que a música toca e as meninas cantam e dançam.
A cristalização sonora, sobretudo quanto à vertente nevráugica relativa à espetacularização do espetáculo, é sofredora daquilo que podemos chamar de espanto, com a qualidade equivocada do momento ignóbil de suporte transportador da experiência vitalícia daquele que espia. Por isso, o espião.
Por outro lado, o fechamento da organicidade discursiva do tema abordado, no bojo do conhecimento identificador da assembléia pública difundida na percepção realizadora da bizarrice sintática nos permite enaltecer aquele que veio de escola cuja ferramentalização sumária é o próprio enaltecimento.
Obviamente, o imperador e o mendigo estabelecem uma relação sincera de dissipação corporal autônoma, inerente ao fazer teatral. Não obstante, a psicologização abstrata e épica da transfiguração emergente demonstra um testemunho quantitativo da reforma estimulante e uma simbologização qualitativa do poder lingüístico da cena contemporânea. Com isso, retrata-se na mulher judia aquilo que na conexão criativa de desenvolvimento espontâneo podemos chamar de cagaço.
A humanidade da completude periodicamente controladora da inconsciência mnemônica superficial revela substancialmente a necessidade labiríntica supressiva, mas ao mesmo tempo estereotipada da perseguição xamânica de rotações.
O surgimento de perspectivas absolutamente enveredadas na relativização hiperbólica da blasfêmia analfabeta é devido à magnitude vertiginosa, confusa e caótica da semiologia foto-digital de Haggen Blüssen, a fim de apreender uma semântica autêntica, de maquiagem vibracional e labiríntica das técnicas confiáveis de usar Bertolt Brecht de forma espectadorizada, tal como se percebe em Ramalevski Zborswki, exemplo mais clarificador relativamente a banquetização da cotidianidade ablonga da superfície espasmódica.
Por fim, a gênese cartesiana e teatralizada misticamente sob o conteúdo programático da Alemanha pós-agudificada reflete a desparcialização do eu inquisidor paradoxal de amorfia retórica do treinamento auto-edificante da paráfrase apoiadora da questão primordial que centraliza a ação dramática e fortemente relaxada no seu sentido mais eqüidistante.
Em outras e últimas palavras, a radicalização do ‘eu genético’ de cada um não pode ser confundido com uma pré-destinação visual e futurística da superação profundamente cultural e ilusionada pela boracéia de magia fantasmagórica, que, sob o ponto de vista da deferência artística e monossilábica da relação pré-interpretativa da economia sustentável da região amazônica, é o ponto de convergência no teatro.