A última história da turma 59.

‘O grande espetáculo’. Um bom mote para a última história, última expressão da extinta turma 59 da Escola de Arte Dramática. Turma que se desmantela. Turma que se dissolve. Turma que nasce de si mesma e se recria e se transforma e se repensa como coletivo atuante. É uma beleza de se ver. Essa experiência do coletivo, que vem sendo lapidada com muito empenho, se reflete na sombra luminosa de um outro tipo de experiência, estética, poética, sensorial. A turma 59 se vale de todas as suas qualidades para repensar sua própria trajetória existente no cerne da gestação escolar. Tal qual uma Fênix que renasce de suas próprias cinzas, a extinta turma 59 se renova, absorvendo sua vida pretérita dentro da escola em favor de uma longa jornada ao longo de uma estrada infinda, agora como grupo 59. Um coletivo feito por atores, por indivíduos, por seres humanos, que fazem dessa experiência e fizeram, desde o seu início, “um encontro saudável, alegre e feliz de jovens dispostos a viver a experiência da arte com toda a ingenuidade e inablilidade do mundo”. Compartilho aqui uma convergência simpática de opiniões. Creio que essa experiência, a verdadeira busca por preencher-se, em qualquer tempo ou espaço, em qualquer sentido, de energia e de conhecimento e de subjetividade e de humildade, impulsiona o indivíduo para a condição de artista. Por falar nisso, gostaria de tecer uma curta elucubração sobre a figura do velho palhaço e o que ela representa. O velho palhaço, seu fantasma, nos incita a não abandonar nossos anseios, mesmo que o anjo Ariel, o nosso belo e angelical anjo Ariel, esteja avariado e não consiga entregar a mensagem. Os nossos desejos mais sinceros, nossas crenças mais profundas, imergem das profundezas e se traduzem numa consciência muito coesa e transparente. Então, a comunicação será completa, eficiente. E isso é evidente a olhos espectadores pois, entre os olhos jogadores, a cumplicidade, o equilíbrio, a escuta estão presentes e plenamente preenchidas a todo o instante.
Um duplo discurso. Um discurso metafórico e metalingüístico. Quando se fala na trama teatral, da dramaturgia, no discurso do âmbito narrativo ficcional, na verdade se fala da própria condição do indivíduo pertencente ao grupo. Os paralelos estabelecidos entre o que se conta e o que se vive nos aparecem à vista com muita clareza e beleza. Aqueles que minimamente acompanharam a trajetória, as conquistas, as dificuldades dessa turma - o resultado estético poético do espetáculo, A última história, com a turma 59 da EAD, concepção de Tiche Viana e Marcelo Onofri – são embebidos num impactante lugar de acolhimento e singeleza. Seus efeitos são praticamente bastante reveladores da inabilidade com que o homem consegue controlar suas emoções, deixando de lado a luta do intelecto para encontrar sentido. E não só. Provoca um relaxamento buco maxilar que impele o desrosqueamento de não sei lá que ossos e a consequente queda do queixo, barbado ou não.
Vale dizer, com muita sinceridade - e também para acabarmos com isso que as palavras já vão longas – que, realmente, trata-se de um belíssimo espetáculo, emocionante, impactante, cheio de fibra e poesia. Desde a sua concepção, escolhas temáticas, abordagens estéticas, relações verdadeiramente autorais de cada um dos indivíduos do grupo, a exposição plena e severa,e tudo contribui para o sucesso que é A última história, espetáculo de formatura da turma 59 da EAD, já extinta e agora o grupo 59 recebe esse coletivo de artistas numa convergência de energias muito positivas e vibrantes. Faço votos que o grupo 59 encontre em seu mais novo caminho muita luz, amor, paz, paciência, perseverança, alegria e felicidade. E, desde já, me coloco, com muito orgulho e prazer, como parceiro investigativo nessa nova trajetória, na qual exercitaremos a nossa capacidade de sonhar.
Parabéns, Grupo 59.

Seu Molina

PANELA DE EXPRESSÃO ou a liberdade sincrônica

PANELA DE EXPRESSÃO ou a liberdade sincrônica.
Radioativos planejadores urbanos suscitam a capacidade estratosférica de estratificar da pedra fundamental os plânctons inflamáveis da abstração geométrica.
Desde que a caneta esferográfica derrubou rubra tinta ordenada por sobre céu azul nublado, transpuseram-se, automaticamente, em contrapartida à modalidade primordial, referências subordinadas à célebre xenofobia bélica da sociedade do país do futuro.
Os tesouros vislumbrados nas Ilhas Molucas, por exemplo, detém, supressivamente, as explorações pictóricas da essência satisfatória, no plano da alfarrábia alfabetização do algoz de Alberto Álvaro, ou de Al Capone.
Ridiculariza-se, no íntimo cerebral, a pulsação abrupta de terminações nervosas de oxigênio, sob as quais irradiam iluminadas cidades de luz culturalizadas.
E quando se fala na questão dos Habsburgos liliputianos, qual seria o resultado dessa mistura como síntese congruente? Qual teorema abominável, incalculável, inimaginável, insuperável.
Que horas são?
O xarope expectorante tem sua funcionalidade cadavérica nas medidas e proporções exatas da premissa básica que norteia a reverência arlequina do brasileiro ao monarca dom João sexto, por ocasião da vinda da família real lusitana ao Brasil.
Funcionalidade esta que permeia os códigos da navegação aérea em sua torre de comando.
A emblemática metáfora que lhe dá título justifica-se precisamente na dicotômica esquematização de egóicos suicídios planejados em suas custódias assintomáticas da síndrome do pânico. Se, por um lado, panela de pressão, de outro, panela de expressão. Ou então, para dar cabo do colóquio, liberdade sincrônica, por razões óbvias.

ENSAIO SOBRE A AUTO COMPENSAÇÃO DO UNIVERSO E A AÇÃO DO HOMEM

ENSAIO SOBRE A AUTO COMPENSAÇÃO DO UNIVERSO E A AÇÃO DO HOMEM

Tudo que sobe, há de descer. A física explica. Energia se renova e transforma. Se um pombo cruza o seu caminho, que há de ser? Um burro ou outro que não percebe? Qual ladeira trans americana universal. Falência múltipla dos auto controles da vitalidade cíclica. Validade virtual das duplicidades zoomórficas. Na camada pré-sal, tudo pode acontecer. A que custo? Natureza destroçada por palindrômicos maníacos e incongruentes. Radicalismos à parte, botemos na balança a conclusão ululante sobre o episódio noticiado dias atrás: nunca tantas baleias encalharam como nos dias de hoje em dia. Um dia a natureza selvagem será domesticada e encoleirada, autocompensada com artifícios sintéticos...esse assunto me irrita profundamente. A saída da caverna milenar é iluminada por uma placa luminosa ‘EXIT’. Como pode?