CARTAS EXTRAVIADAS - UM ELOGIO A BARTLEBY, O ESCRITURÁRIO! (crítica de Seu Molina)


A prevalência colorada da estrutura cadente de Wall Street focaliza uma figura objetivada em sua relutância hermenêutica de lidar com os alheios corpos preenchidos por alienígenas alegorias egóicas.
A substancialidade do narrador é efêmera no sentido menos extraordinário que se noticia do termo. A referencia metafórica do advogado subverte o sentido do ponto de vista responsabilizador de sua relação com os demais transeuntes de sua própria caixa preta.
A pressorização negativista que surge do encontro ulterior de Nippers com Turkey, no campo metalingüístico, do modo preparatório ao modo de ‘O clube da luta’, na radicalidade extrema do triângulo suprecional de cujo vértice Ginger Nut perambula sobre a plataforma de plátano plena de musgos escorregadios, é verídica.
Façamos uma breve ruptura cirúrgica no prisma da explicitude literária para que possamos estar entendendo o objetivo da finalidade dramática de cada personagem. Turkey, do inglês, peru, e Nippers, do inglês, alicate, cujas alcunhas valorizam exponencialmente suas características primevas, se beneficiam da clemência espiritualizante da magricela noz de gengibre, o Ginger Nut, do inglês.
A potência perturbadora da clarividência...o que significa preferir?
A preferência absoluta de qualquer relação hemocêntrica desestabiliza os meandros diagnósticos do ato de preferir e, por conseqüência, da singularidade supérflua obtido do receio vinculatório de Bartleby, ou seja, de preferir não fazer como ato extremo de sua própria liberdade mnemológica.
Claro, pois, que o ato de preferir altera, razoavelmente, em proporções antes consideradas insignificantes, a capacidade circulatória da proporção psicossomática do bom senso, em contra partida ao isolamento misantropo pelo qual opta Bartleby, o escriturário.
No entanto, Melville precipita-se sobre um bueiro encardido de sifilíticas carnificinas intoxicantes. A sociedade comum não suporta lidar com uma mola propulsora de tanta desobstrução estrutural.
Nesse sentido, as cartas extraviadas, uma das metáforas mais cabíveis para o homem do século xix e seus seculares sucessores, se perde com relação à sua própria natureza teleguiada.
Tal qual um anel que não chega ao dedo da amante, o homem segue em busca daquilo que lhe é essência, mas, por vezes, e na sua maioria, não encontra. A desistência, logo, é o limite aplicativo da ausência completa e obscura de perspectivas.

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