POLICARPO QUARESMA - crítica

POLICARPO QUARESMA – crítica
A partir da obra literária de Lima Barreto, Antunes Filho coloca em cena a realidade com suas máscaras desveladas. A ironia presente na trilha sonora, por exemplo, nos leva a uma sensação de delírio plena, permeada pelo ufanismo engraçadíssimo de Policarpo Quaresma, sua figura principal. O excêntrico e protuberante Policarpo, vivido por Lee Thalor, nos faz imaginar no mínimo bizarra toda a estrutura político-social que o envolve. Os devidos paralelos e suaves comparações nos remete a uma dimensão analítica, conquanto as diferenças se desdobram na estética extremamente teatral, dirigida por Antunes. Os movimentos coreográficos bem finos, ordenados e sincronizados pelo grupo de atores jovens do Macunaíma, são bem razoáveis. Talvez, contudo, poder-se-ia considerar a possibilidade de abrir mão de poucos momentos repetitivos, excessivos. Um belo espetáculo. Bela atuação de Lee Thalor. Em cartaz no SESC Consolação.
Seu Molina

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