Diário Baldio - crítica!

Os factóides e ocorridos cosmonopolitas sobrevoam as camadas de urbanidades flagrantes em sua insegurança propiciada pelo desmembramento ilustre da democracia, como exemplo singelo mas não exaustivo de como lidar com as percepções básicas de civilidade.
Por outro mas convergente vértice, não se pode negar uma gigantesca transferência do foco institucionalista para a beleza de geometrias triangulares refletidas nas máscaras, tão bem construídas lá no Barracão.
O Esinho e o longilíneo Gabriel travestem, ou melhor, transportam, ou ainda, transferem suas figuras e qualidades ao molde corporal proposto, em favor da máscara. A Tiche dirige.
As contemporâneas sugestões para se compor dramaturgia se ambientam numa necessidade de imbuir-se de, incutir a si, preencher-se de muita vontade de entender o que se passa com as pessoas.
A direção é precisa e a presença cênica corporal dos atores mais ainda. O trabalho é belíssimo. Todos eles merecem uma salva de palmas.
‘Diário Baldio’ nasce de uma possibilidade e, acima de tudo, de uma necessidade de investigação do cotidiano, de transformá-lo em cena para, só então, transformá-la, a cena, em texto. Totalmente apropriado pelos atores, os dramaturgismos, em seus diversos níveis, suplantam, extrapolam a divergência neuropsicossomática das máscaras.
Trata-se de uma pesquisa belíssima desenvolvida na rua, em sala de aula, uma pesquisa de linguagem, métodos urbanitários, máscaras, etc.

2 comentários: