ASSASSINATO DO ANÃO, DE PLÍNIO MARCOS - UMA CRÍTICA

A radicalidade imanente do texto de Plínio Marcos, a força de suas relações entre as personas complexas, as potenciais e inúmeras camadas a serem exploradas, viabiliza, por um lado, um campo exploratório infindável de multi tentaculares possibilidades frente ao texto.Todavia, por outro lado, ainda que pese, na maioria dos casos, uma tendência de superação [embora aqui se trate de outra coisa] das dificuldades resultantes deste confronto com a dramaturgia de Plínio Marcos, seria muito arriscado negligenciar todas estas possibilidades, quer sob o ponto de vista da pesquisa, quer sob a visão concepcional da questão.
Há, contudo, ainda que se coloque em xeque, uma tentativa de superar as dificuldades, suplantando-as por uma via pré-programada de defesa, mas com alegria e verdade, na maioria das vezes.
A esse respeito, vale lembrar do risco que se corre ao encenar um texto de Plínio Marcos, no caso o “Assassinato do anão do caralho grande”. Trata-se de um texto que exige muita maturidade. Maturidade para compreensão do que se diz, para reflexão e análise profunda das várias camadas que o texto atinge. Não obstante, é possível vislumbrar apontamentos muito interessantes, tais como figuras extremamente delineadas, outras tantas configurações corais bastante consistentes, ou ainda algumas conexões entre atores bem fortes. Porém, repito, tudo isso está rarefeito de seu sentido, pois não se o encontrou. É necessário aprofundar nas camadas de compreensão do texto. Não se pode dizer interessante, nos dias de hoje, uma cortina que é apenas uma cortina ou um carretel de madeira gigante que é apenas um carretel de madeira gigante.
Por fim, gostaria de deixar aqui registrado que os atores da turma 60 da EAD são uns lindinhos. Adoro eles todos!

Seu Molina!
(espetáculo da turma 60 da Escola de Arte Dramática - julho de 2010)

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