PRAÇA DO RELÓGIO


A cotovia canta. O quero-quero canta. O pardal canta e faz uma pose em cima da pedra cinza. Mal se vê as orelhas levantadas de um cachorro atento não sei em que, que late vez ou outra. Uma árvore. E outra. E outra. Um cogumelo verde iluminado pela exuberante e minguante lua de uma noite de outono. Uma pedra. E outra. E outra. Um relógio. Muitas pedras e cimentos e tijolos e concreto, atravessando o rio. Villa-Lobos. A ilha subversiva e submersa da anti tecnologia estudantil prevalece, no plano da utopia, sobre a obscuridade cosmo paulistana.
Que se diga da utopia um sonho somente, já é o bastante. Apenas um sonho.
É hora de enfrentar a plasmose zooférica da retaguarda capitalista, deixar de lado a utópica possibilidade do idealismo artístico e arqueológico e colocar o leite na geladeira da pandora.

Um comentário: